O Ano das Assembleias Gerais Ilegais (1932)
Rubrica 100 Anos em 100 Dias
20 agosto 2024
Centenário
O ano de 1932 foi deveras peculiar na Associação de Foot-Ball de Santarém. Houve apenas três assembleias gerais e cada delas conseguiu a proeza de anular as anteriores, qualificando, sucessivamente, essas assembleias de ilegais. Os pretextos foram vários, desde os prazos das convocatórias, aparentemente por erro da tipografia onde foi impressa, até outras minudências formais. Facto é que acabou por se repetir, por três vezes, a eleição dos corpos gerentes da Associação nesse ano de 1932, em boa parte com os mesmos nomes a figurarem nas listas.
Esta crise associativa, porque é disso que se tratava, está bem traduzida na última assembleia geral, realizada a 18 de outubro, nas palavras do sócio José da Guia, que apresentou à mesa o seguinte requerimento: “requeiro que as assembleias gerais realizadas nos dias 20 de agosto e 7 de setembro fiquem sem efeito, visto as mesmas não terem decorrido legalmente e se proceda a nova eleição”. O requerimento foi aprovado com a declaração de voto de Joaquim dos Santos e de Joaquim Garcia (este último eleito por duas vezes, no mesmo ano, presidente da Direção e que aqui via terminar o seu breve mandato).
Procedeu-se depois à eleição dos novos órgãos sociais, que ficaram assim constituídos:
Assembleia Geral – presidente, Mário Nobre; vice, Camilo Betencourt; secretários, Gabriel Ferreira a Francisco Gaspar.
Direção – presidente, “Os Leões”; vice, Empregados do Comércio; tesoureiro, Sport Lisboa e Santarém; secretários, Sporting de Tomar e Associação Académica de Foot-Ball; vogais, Ribatejano Foot-Ball Club Valendense e União do Entroncamento.
Conselho Fiscal – Joaquim dos Santos, Domingos José Alves e António Montez.
Joaquim dos Santos, representante d’ “Os Leões” e que viria a ser o presidente da nova Direção (1932-1933), dirigiu-se aos clubes filiados “para ver se conseguiam trazer para os corpos gerentes gente que venha trabalhar com gosto e boa vontade”.