O União Futebol Comércio e Indústria de Tomar, o clube mais antigo ainda em atividade (fundado em 1914) e o mais galardoado do distrito, começava aqui a sua longa carreira de sucessos, com a conquista do seu primeiro campeonato em 1942, e repetindo a proeza no na época seguinte.

À escala regional, o União de Tomar seria o clube que mais paixões viria a incutir nos amantes de futebol durante um maior período de tempo e também aquele que mais atenção mediática trouxe ao panorama desportivo do Ribatejo. Recorde-se que foi o único clube do distrito, até aos dias de hoje, a chegar ao topo do futebol nacional, nos idos de 1968, e conseguiu militar na 1ª Divisão Nacional por seis épocas.

Mas regressemos a 1942. De acordo com os registos da Associação de Futebol de Santarém, este foi ano que voltou a ser pacífico em termos associativos. Apenas uma reunião da Assembleia Geral, realizada a dois de agosto desse ano, para apreciação e votação do relatório e contas da gerência, e eleição dos novos corpos sociais.

Compareceram representantes de doze clubes filiados, devidamente credenciados, num total de 263 votos. Aprovado o relatório e contas por unanimidade e sem discussão, assim como os relatórios do Conselho Fiscal e Jurisdicional e do Conselho Técnico, procedeu-se em seguida à eleição dos corpos sociais, que ficaram assim constituídos:

Assembleia geral: Dr. Manuel Ginestal Machado (Os Leões); vice-presidente, Vicente Pedro da Cunha (Operário Vilafranquense); secretários, Grimualdo Alhandra Duarte (Académica) e João da Silva Martins (União Operária).

Direção: Eng.º Luiz Filipe dos Santos (Sport Lisboa e Cartaxo); vice-presidentes, Hipólito Alegro da Silva (Os Leões) e Agostinho Mariano (Sporting de Tomar); secretário-geral, Alfredo de Oliveira Beja (União de Tomar); tesoureiro, Ricardo Mariano Júnior (Empregados do Comércio); vogais, Vasco de Carvalho (Académica), Francisco Almeida Batista (Os Leões).

Conselho Fiscal e Jurisdicional: Fernando de Oliveira Mendes (Sporting Ribeirense); vice-presidente, Dr. António José Vidal Batista (Operário Vilafranquense); secretário-relator, Alfredo Ferreira (Os Leões); vogais, Eduardo de Souza Máximo (Académica), Mário de Jesus Prado (Empregados do Comércio), Augusto do Nacimento (Alhandra Sporting) e José dos Santos Ferreira (Matrena).
Conselho Técnico: presidente, Celestino Graça (Académica); vogais, Cândido Cardoso da Silva (Sporting Ribeirense), José Maria Prado (União Operária), Horácio da Silva Pinto (Os Leões) e Maria Antunes (Alhandra).

Além dos clubes referidos nos novos órgãos sociais, participaram ainda nesta reunião o Grupo Desportivo dos Ferroviários, o Águia Sport Club Vilafranquense e o União Futebol do Entroncamento.

Note-se ainda que, pela primeira vez desde a fundação da AFS, o presidente da direção eleito era de fora de Santarém, vinha precisamente do Sport Lisboa e Cartaxo, assim como um dos vice-presidente era oriundo do Sporting Club de Tomar.